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Percurso

Fomos adentrando aos poucos uma floresta de mata densa, e na interação com ela fomos encontrando e produzindo nossas trilhas. Algumas já estavam abertas por já terem sido trilhadas, outras estavam fechadas por um intenso matagal exigindo facões, muita coragem e colaboração. Por vezes, trilhas que pareciam bons caminhos a princípio resultavam em becos sem saída que nos fizeram voltar e mudar de rumo. Outras foram trilhadas quase por acidente, dotadas de um traçado incerto chegavam em lugares interessantíssimos. Existiram ainda aquelas que, apesar de estarem abertas, escolhemos simplesmente não percorrer, pois já sabíamos onde iam dar e naquele momento não interessavam. Foi a partir deste contínuo trilhar repleto de idas e vindas, descontinuadas, permeadas por dúvidas e convicções que foi se produzindo, junto com os cartógrafos, o próprio ato do percurso cartográfico. O texto, apresentado aqui, não tem a pretensão – e mesmo que tivesse não seria capaz – de apresentar todo o processo. É somente uma parte entre muitas outras – visíveis/dizíveis e invisíveis/indizíveis – do percurso da Cartografia Afetiva: Nas Nuvens das Raízes Profundas, com os Tupinambá de Olivença.

Entendemos que realizar uma cartografia afetiva requer uma imersão no mundo vivido, é preciso lançar-se no percurso para cartografar. O corpo deve estar aberto para os encontros, só dessa maneira é possível desenvolver uma sensibilidade capaz de dar conta deste desafio. Desta maneira, entendemos que a cartografia afetiva aproxima-se da etnografia contemporânea e encontra similaridades com algumas de suas práticas e questões. A cartografia afetiva se produz onde existe um espaço comum, e não se produz somente na cabeça de um artista ou pesquisador – dono da razão e inspiração puras – que observa a realidade estéril e depois produz sua representação. É, justamente, uma contraposição à ideia do catálogo que classifica e cristaliza as diferentes expressões de vida em categorias estanques, base da colonização e escravização da natureza e dos humanos que se materializa, sistematicamente, na triste tríade: observar-conhecer-conquistar.

Contudo, apesar desta relativa aproximação com a antropologia contemporânea, há uma diferenciação em termos de perspectiva em relação a determinadas bases da grande maioria das pesquisas etnográficas. Não fizemos um trabalho especificamente sobre a cultura Tupinambá, mas uma copesquisa junto com o movimento indígena Tupinambá de Olivença. A partir deste ponto de vista poderíamos reconhecer como norteadores deste trabalho a manifestação de três estratos: as formas de subordinação, do que é imposto a partir de uma externalidade; a produção de autonomia, o movimento de autovalorização dos Tupinambá tanto em termos coletivos quanto individuais; e as formas de resistência que estão ligadas à dimensão do desejo em suas múltiplas manifestações, ou seja, as maneiras de expansão das fronteiras do possível – no sentido de diminuição da subordinação e fortalecimento da autonomia.

O percurso foi se constituindo no relacionamento – obviamente parcial – com a complexidade de relações da vida e luta Tupinambá. Tomamos assim como amigos o risco, o descontrole e as dificuldades de lidar com a complexidade. Contudo, isso não significa que não tínhamos nenhuma direção, e sim que realizamos longuíssimas preparações que nos permitiram caminhar mais livremente. Dessa forma, esta cartografia afetiva não se realizou a partir de uma postura ou procedimento acadêmico pré-estabelecido e rígido, ela partiu de uma sensibilidade e autodeterminação gestadas em comum entre vários sujeitos para uma experimentação e criação de mundos diferentes daqueles da colonização.

Fazer uma cartografia afetiva não significa representar objetos a partir de categorias e sim produzir estéticas cartográficas da vida se deslocando da posição de observação das coisas em si. Por mais que estejamos em diversos momentos falando sobre a vida Tupinambá, é importante deixar claro que a cartografia é apenas uma dentre tantas perspectivas possíveis, produzida em diálogo com outras. Isso significa necessariamente afirmar que não somos detentores ou tradutores de uma “verdade” sobre os Tupinambá, pelo contrário. Não há aqui uma tentativa de brincar de espelho da realidade, tampouco essa cartografia se propõe ser uma interpretação da visão específica dos indígenas. Contudo, de forma alguma isso significa afirmar que não existe verdade, pelo contrário, significa incorporar que a verdade parte sempre de uma perspectiva, ou seja, ela está no corpo e, portanto, é produto de múltiplos processos de cooperação e conflito atravessados por relações materiais. Dessa maneira, esta cartografia não realizou uma busca do que é, do ser, Tupinambá, muito menos de uma origem deste povo ou de um Brasil pré-colonial. Assim como o filósofo Espinosa questionou: ‘o que pode um corpo?’, a pergunta nessa cartografia é: ‘o que faz um Tupinambá aqui e agora?’

Dizer que a verdade parte sempre de uma perspectiva, significa afirmar que sua produção está necessariamente imbricada a relações de poder, o que por sua vez exige um afastamento ao projeto moderno de ciência baseado numa suposta objetividade e neutralidade. Numa cartografia afetiva trata-se de reconhecer as relações de poder, mas afirmar a igualdade de valor das diferentes formas de visão e discurso em termos práticos, destronando a pesquisa científica e acadêmica – assim como a posição do “pesquisador/artista” – de seu posto de conhecimento mais legítimo do que os outros. Durante o processo procuramos não corroborar relações verticais de hierarquia. A todo o tempo, buscamos manter uma intensa comunicação entre as partes envolvidas no processo, tendo havido contribuições diversas tanto em termos de perspectivas como de formas de expressão. Poderíamos citar muitos exemplos disto, dentre eles, o fato dos indígenas terem participado ativamente na produção da cartografia, jamais como “matérias-primas” (enunciadores) que posteriormente seriam lapidadas/processadas adquirindo uma forma (representação) e sim como coprodutores do processo, inclusive nos períodos que estivemos afastados das aldeias, através de e-mails e ligações. Entendemos que na cartografia afetiva objeto e sujeito – e os resultados dessa interação – coemergem no próprio ato de cartografar. Ou seja, sujeito ou objeto não são posições estanques, e sim posições variáveis que se alternam e produzem conjuntamente. Houve, dessa maneira, uma preocupação contante em praticar efetivamente a quebra da dicotomia sujeito-objeto, pensando este trabalho sempre a partir da tentativa de produção de espaços onde fosse possível contribuições e diálogos entre diferentes sujeitos e, no limite, que a cartografia fosse um processo de afirmação e potencialização de sujeitos.

Vale ressaltar que produzir espaços de afirmação de diversos sujeitos e não corroborar com uma ordem hierárquica, não deve ser confundido com uma tentativa de anulação ou neutralização do “lugar de fala” e das condições materiais da cartografia. As possibilidades financeiras, políticas, de desejo e as relações de poder, são incorporadas como parte que envolvem e trazem consigo a produção desta cartografia. Da mesma forma, as condições do percurso – período de residência, época do ano, contingência das conversas, as tecnologias utilizadas etc – permearam os lugares que cada sujeito ocupou no processo. A partir das relações de forças e da maneira que os sujeitos se posicionaram durante o processo que esta cartografia assume uma clara posição de fortalecimento da luta Tupinambá, enquanto zelo dos humanos, espíritos e mata; retomada da terra e cultura; e autonomia. Neste sentido, explicita-se novamente o caráter ativista do presente trabalho, o que de maneira nenhuma significa diminuir sua “credibilidade”, pelo contrário, como dito anteriormente, são todos os elementos até aqui citados que permitem a emergência dessa cartografia afetiva enquanto estética e produção de conhecimento. Um encontro na fronteira entre arte, ciência e ativismo que dialoga e faz dialogar essas três formas de interagir com o mundo.

Esta cartografia não se pretende um guia sobre a vida e luta Tupinambá, e quem tentar utilizá-la dessa forma estará realizando uma empreitada fadada ao fracasso. Quem tentar seguir os mesmos caminhos não encontrará as mesmas coisas. Este texto, sobre o percurso cartográfico, assim como a própria cartografia em sua totalidade, não tem nenhuma pretensão universalizante a não ser a própria manifestação de uma experiência que ao ser narrada pode ajudar a criar outras, novas. Afinal, como dito no início desse texto, a cartografia afetiva está num constante jogo entre visíveis/dizíveis e invisíveis/indizíveis, e, portanto, não se resume aos conteúdos – elementos gráficos, textuais ou audiovisuais – deste site, e também não está centrada, somente, na experiência de quem a produziu até aqui. A cartografia afetiva é uma experiência nova a cada encontro, dessa forma, as pistas deixadas até aqui e as que apresentaremos a seguir não são uma bula ou uma legenda, ou seja, não necessitam serem seguidas ou mesmo lidas para que seja possível experimentá-la “da maneira correta”. A cartografia afetiva é uma residência do percurso cartográfico no corpo daqueles que estão abertos e dotados da sensibilidade necessária para a experimentação do próprio ato de cartografar, abertura de novas possibilidades cartográficas, para que sejam produzidos outros percursos e novas cartografias por você, caso tenha vontade e interesse.

 

Cartografia somente com pontos e linhas

Cartografia somente com pontos e linhas


 

Algumas Pistas

 

  • Relação entre relações

Partimos da ideia de construir uma cartografia de ações sobre ações, de relações entre relações. Dessa maneira, os elementos dessa cartografia, não podem ser entendidos separadamente como “atores” ou “objetos”, são híbridos que só emergem e se constituem na complexidade de suas relações. Para acessar isso é preciso não cair na “tentação” de subdividir os corpos que compõem essa cartografia entre “agentes”, “práticas”, “elementos não humanos”, etc. Afinal, como o foco dessa cartografia são os encontros, cada corpo é diferente e ocupa um espaço distinto – a cada momento – dependendo das relações que o atravessam e compõem.

Esta perspectiva oferece já a princípio uma grande dificuldade: como manifestar graficamente relações? Como manifestar de forma cartográfica as singularidades e não as categorias? Optamos pela utilização de pontos e linhas. A questão é que os pontos podem remeter à categorias preestabelecidas, assim como as linhas não dão conta da complexidade dos encontros/conexões, tendo sido necessário limitar o seu número. Não era esse nosso desejo mas, diante das dificuldades encontradas no percurso e depois de uma ampla pesquisa que fizemos para este e outros trabalhos, a utilização de pontos e linhas acompanhados de outros elementos gráficos – fotografias e desenhos – e de um árduo trabalho de edição de imagem, ainda assim, nos pareceu como a melhor alternativa para a produção da grafia desta cartografia.

 

  • ‘Potencialização’ e ‘despotencialização’ ou alegria e tristeza

As linhas verdes e vermelhas na cartografia foram a forma que encontramos para manifestar os encontros desse complexo espaço (subjetivo e territorial) que compõe os Tupinambá. As linhas verdes são a manifestação de encontros de ‘potencialização’ e as vermelhas de ‘despotencialização’. Utilizamos o neologismo despontência ao invés da palavra impotência, pois o prefixo ‘in’ remete a uma privação enquanto o ‘des’ a uma ação contrária. Dessa forma, as linhas vermelhas não significam que um corpo prive a “força” de outro, e sim uma incitação de resistência, de enfraquecimento, de diminuição de sua “força”. A ideia de ter linhas verdes e vermelhas enquanto simbolismo de potencialização e despotencialização veio de uma inspiração espinosista. Colocando esquematicamente e simploriamente, Espinosa diz que é através do afeto que se realizam modificações nos corpos. Essas modificações são produto do efeito de um corpo sobre outro que produz uma mistura na qual os corpos recebem características um do outro. Quando há um encontro entre um corpo que se concilia com outro, a potência de ação desses corpos aumenta, se realiza um afeto de alegria. É estabelecida uma relação que cria possibilidades de novos encontros e de novos afetos, de expansão, e assim sucessivamente, aumento das possibilidades do possível. Contudo, também podem haver encontros que diminuam a potência de ação dos corpos, estes são os afetos de tristeza, ou nesta cartografia chamados de despontecialização.

Faz-se importante ressaltar que diversos pontos da cartografia não estão conectados por linhas entre si, contudo estes poderiam perfeitamente estar conectados. Isso se dá por conta da grande complexidade dos encontros e, no limite, porque seria impraticável manifestar todos os encontros/conexões de maneira que fosse possível uma leitura – e mesmo a própria produção da cartografia. A opção de manifestar determinadas linhas e não outras se deu por conta do percurso que os cartógrafos que realizaram o processo até aqui experimentaram. Contudo, outras linhas/encontros/conexões podem – e devem – ser feitas, fruto dos percursos e da sensibilidade de quem tiver contato com essa cartografia e que se dispor a ser cartógrafo também. Além das linhas, outra forma de manifestar as relações foi experimentada: trata-se dos botões verdes e vermelhos ao final de cada post. Esses botões são similares as linhas e muitas vezes manifestam outras conexões que poderiam complicar a leitura da cartografia em termos gráficos.

 

  • Múltiplas entradas e saídas ou simplesmente: rede

A opção por utilizar pontos e linhas como simbolismo das relação vêm da topologia das redes. O nó deve ser entendido como ponto de conexão, convergência e bifurcação. A lógica da rede faz com que esta não possa ser compreendida por seus limites – por seus contornos – mas sim como um todo aberto, sempre capaz de crescer para todos os lados e em todas as direções, composta por várias centralidades. A rede opera por movimento, as linhas nada mais são que superfícies de passagem e transição para o vínculo entre os pontos. Essa lógica de movimento faz com que os nós – pontos – se confundam entre si criando um sistema complexo, uma sobreposição de camadas, pois o caminho entre um nó e outro, que seria a linha, se torna a própria totalidade da rede na medida que não existe nada além da própria dinâmica de movimento. A rede não é feita de unidades, pontos fixos, é constituída de dimensões, camadas, de direções movediças, sem um começo e um fim, opera no meio, na passagem, no encontro. Numa rede todos os pontos podem estar relacionados uns com os outros – mesmo que indiretamente, porém, isso depende da materialidade das relações. A complexidade da rede extrapola as formas de medição clássicas baseadas em causa-efeito, ou em entradas que necessariamente incorrem em saídas específicas.

Incorporar, de fato, essa forma de pensar e produzir conhecimento e arte não é simples, posto que estamos muito acostumados a reconhecer o mundo partir de uma composição fixa de entradas e saídas. Ao nos debruçarmos sobre a feitura da parte gráfica da cartografia, por exemplo, enfrentamos uma dificuldade para escolher por onde começar. Depois de diversas discussões percebemos que a resposta era mais simples do que pensávamos: na verdade, não importava qual ponto seria o primeiro a ser manifestado na cartografia. Começamos pela mulher, mas poderíamos ter começado por qualquer outro ponto. Esta visão presente na produção da cartografia serve também para sua leitura: qualquer ponto (ou corpo) é um ponto de entrada e também de saída, afinal estão todos no meio.

 

  • Os corpos formam outros corpos por afinidade

Ao olharmos para a cartografia podemos escolher estabelecer relações que conformam conjuntos, ou seja, existe uma afinidade entre determinados corpos que os aglutinam gerando outros corpos maiores que, por sua vez, potencializam ou despotencializam outros corpos formados por afinidade. Dois conjuntos de corpos saltaram especialmente aos olhos no percurso da cartografia conformando eixos relativamente estabelecidos. Esses eixos de forma alguma limitam ou determinam a passagem dos encontros de um lado ao outro, afinal não se trata de posições fixas e tão bem determinadas, na medida que as relações são complexas e móveis, mas tampouco trata-se de não perceber, ou neutralizar, as diferenças e conflitos. Não se pode dizer, portanto, que os eixos são lados fixos e opostos de uma guerra, estão mais para competidores – num jogo – que disputam determinadas ‘visões’. Feita esta ressalva, é possível reconhecer que há um eixo ao lado esquerdo da imagem principal da cartografia que aglomera a cosmovisão indígena, baseado no ‘zelo’, ‘autonomia’ e ‘retomada’. Os elementos deste eixo estão, em geral, em relação de despotencialização com os elementos que conformam o eixo exprimido no canto direito da imagem que aglomera uma cosmovisão capitalista permeada pelos pontos ‘trabalhar para os outros’, ‘lógica capitalista’ e ‘terra medida’. De certa forma, cada um destes três elementos centrais estão em uma correlação de tensão com um dos três elementos do outro lado. Assim temos os pares que atravessam a cartografia: autonomia e trabalhar para os outros; zelo e lógica capitalista; retomada e terra medida.

 

  • Multiescala

Essa cartografia é profundamente multiescalar, pois não se limita a uma análise de um determinado estrato espacial da realidade, trabalha com diferentes escalas da vida. A cartografia clássica temática, ancorada na construção de mapas georreferenciados, tem um limite claro uma vez que há uma escolha necessária por uma determinada escala numérica. Neste caso, se for utilizada uma escala de maior abrangência alcança-se mais facilmente uma visão do todo, mas se perde a dimensão dos detalhes. Por outro lado se for lançada uma escala que represente os detalhes, há uma restrição maior do território representado. Nesta cartografia não há uma “escolha” por uma escala restritiva ou abrangente já que que não há um ancoramento em um espaço predefinido, o que não quer dizer que seja destituída de materialidade territorial. Estão situados em um mesmo plano tanto o papel do Estado no território Tupinambá quanto a maneira como se cozinha a jaca para fazer uma moqueca, ou seja, estão presentes no mapa conjuntamente tanto o micro quanto o macro, reconhecidos como espaços de entrelaçamento das relações. Ou seja, a cartografia não opera apenas uma justaposição aleatória de elementos de diferentes escalas, mas parte da ideia de que há um atravessamento entre o micro e o macro.

 

  • Polifonia

Há uma multiplicidade de idiomas, vozes e linguagens manifestadas em toda essa cartografia. Pode-se dizer que essa multiplicidade gera uma polifonia, pois essas diferentes vozes, linguagens e idiomas muitas vezes se apresentam conjuntamente e, em última instância, juntas são a própria manifestação da cartografia em sua totalidade. Essa multiplicidade de vozes atravessou todo o percurso e está presente tanto na mistura dos elementos gráficos da imagem principal, quanto na grande variedade de linguagens presentes nos posts – audiovisual, texto e imagens. Vale ressaltar que, em grande medida, essa polifonia só foi capaz de se materializar por conta da colaboração entre diferentes sujeitos, ou seja, pela grande variedade de pontos de vista e formas de expressão que produziram essa cartografia. Por exemplo, é proposital que haja uma grande quantidade de vídeos que acompanham os textos; os textos são provenientes de diferentes fontes e se apresentam em múltiplas linguagens – desde poesias, até orações, textos mais acadêmicos, textos mais coloquiais e informais etc – e há também uma grande quantidade de citações diretas e indiretas misturadas. Dessa forma, nos afastamos de uma posição e uma postura em que o cartógrafo seria aquele que organiza, representa e interpreta sozinho os enunciados dos cartografados. Como dissemos anteriormente essa cartografia partiu de uma sensibilidade gestada em comum entre vários sujeitos para uma experimentação e criação de mundos diferentes daqueles da colonização.

 

Algumas referências do percurso cartográfico

 

  • R. WAGNER. Invenção da cultura
  • B. LATOUR. Reasembling the Social
  • G. DELEUZE e F. GUATTARI. Mil Platôs
  • M. SANTOS. A natureza do espaço
  • CABOCLO MARCELINO
  • S. ROLNIK e F. GUATTARI. Cartografias do Desejo
  • V. De CASTRO. A inconstância da alma selvagem
  • S. VIEGAS. Terra Calada
  • Oswald de Andrade e o Movimento Antropofágico
  • B. ESPINOSA. Ética
  • Gilberto Gil
  • Toni Negri
  • G. COCCO. MundoBraz
  • J. CLIFFORD. A experiência etnográfica
  • Karl Marx
  • D. HARAWAY. Manifesto Ciborgue
  • A. DIEGUES. O mito moderno da natureza intocada
  • P. CLASTRES. A sociedade contra o estado.
  • V. SHIVA e M. MIES. Ecofeminismo
  • E. LEFF. Espistemologia Ambiental
  • Poesia de Manuel de Barros
  • Rogério Sganzerla
  • Michael Foucault
  • G. DELEUZE e C. PARNET. Diálogos
  • G. DELEUZE. Espinosa: filosofia prática
  • Revista LUGAR COMUM nº 39. Dossiê Copesquisa.
  • D. ALARCON. O Retorno da Terra: As retomadas na aldeia Tupinambá da Serra do Padeiro, sul da Bahia.
  • E. PASSOS; V. KASTRUP; L. Da ESCÓSSIA. Pistas do Método da Cartografia
  • Lampião e Maria Bonita
  • F. NIETZSCHE. Genealogia da moral
  • Coletivo ICONOCLASISTAS
  • BUREAU D’ETUDES
  • Fronteiras Imaginárias Culturais (FIC)