Sobre
Os Tupinambá de Olivença vivem no Sul da Bahia entre os Municípios de Ilhéus, Una e Buerarema. É uma região de Mata Atlântica, situada a 10 quilômetros ao sul da cidade de Ilhéus e se estende da vila de Olivença próxima ao mar até a região serrana formada pelas serras das Trempes e do Padeiro. A vila de Olivença foi fundada em 1680 por missionários jesuítas como um aldeamento indígena. O Povo Tupinambá foi dado como extinto, a partir do fim do século XIX, em função das visões restritivas dos órgãos oficiais. Com a Constituição de 1988 se criou a abertura legislativa necessária para que o reconhecimento e as solicitações dos Tupinambá de Olivença, e de outros povos, fossem ouvidas e pudessem ter respaldo.
Houve, na década de 1990, o início de uma escalada na luta pela demarcação do território baseada em um processo de retomada da terra e da cultura. Em 2001, os Tupinambá de Olivença foram finalmente reconhecidos oficialmente como indígenas pela Funai e a Demarcação do Território Indígena foi publicada em Diário Oficial em 2009, dando direito ao povo Tupinambá de Olivença à 47.376 hectares de terra.
Entretanto, esta demarcação inicial nunca foi homologada e hoje o processo encontra-se paralisado no Ministério da Justiça. O Estado realizou três redelimitações com a intenção de diminuir o território Tupinambá. Diversas forças políticas e institucionais atuam para frear a homologação do território e os prazos estipulados pela justiça federal são constantemente postergados. A retomada das terras situadas dentro da demarcação atual é o principal instrumento de pressão da população Tupinambá, que segue na luta pelo seu direito ao território. Hoje são mais de 06 mil indígenas vivendo no território Tupinambá, lutando pela decisão definitiva por parte do Estado.
Uma definição sucinta como essa, de maneira nenhuma é capaz de dar conta da complexidade e beleza do amplo conjunto de relações de relações que constituem a vida e luta Tupinambá. Esta descrição rasa tem como intuito apenas situar de forma pontual os Tupinambá, mas é somente mais um conteúdo dentre vários da cartografia. Em realidade, esse conteúdo não faz o menor sentido sem todos os outros. Trata-se, nesta cartografia afetiva, de realizar um trabalho que vá de encontro às relações de relações e não elencar definições fechadas. Contudo, não acreditamos e nem tínhamos a pretensão que o trabalho aqui apresentado, fosse capaz de traduzir a complexidade do que faz um Tupinambá aqui e agora. É somente um tentativa sincera, entre muitas outras já realizadas, de entoar a vida na terra.
Créditos
Bruno Tarin
Laila Sandroni
Cacique Acauã
Bruno Tarin
Curupaty
Jaborandy
Cacique Jamopoty
Laila Sandroni
Potyra
Sebastian Gerlic
Angel Rodriguez; Cacique Acauã Tupinambá; Bruno Tarin; Carácará Tupinambá; Cauã Tupinambá; Curupaty Tupinambá; Everaldo Pataxó; Fabão Tupinambá; Gerson Tupinambá; Indiara Tupinambá; Israel Tupinambá; Cacique Jamopoty Tupinambá; Jaguatey Tupinambá; Jaborandy Tupinambá; Juraci Tupinambá; Kátia Tupinambá; Katu Tupinambá; Laila Sandroni; Marcelo Amaral; Dona Maria da Glória Tupinambá; Maria Pankararu; Gemerson Tupinambá; Jessi Tupinambá; Jovens da Oca Digital; Dona Nivalda Tupinambá; Pajezinho Marino Tupinambá; Seu Rosalvo Tupinambá; Sara Uchoa; Simone Tupinambá; Tintinho Tupinambá; Seu Zé Tupinambá; Wesley Tupinambá.
Bruno Tarin
Bruno Tarin
Bruno Tarin
Jaborandy
Jaouen Goffi
Laila Sandroni
Bruno Tarin
Laila Sandroni
Arte
Bárbara Szaniecki
Bruno Tarin
Gemerson Tupinambá
Laila Sandroni
Pedro Victor Brandão
Gratidão a todos os indígenas Tupinambá, em especial às aldeias Itapuã, Tamandaré e Tupã, onde trabalhamos especificamente.
Projeto apresentado à Funarte por Bruno Tarin em Parceria com o Ponto de Cultura Indígena: Mensageiros da Terra – Thydêwá