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Criminalização do Movimento

Posted on 29/6/13

A criminalização do movimento indígena é uma arma que têm sido constantemente utilizada pelos grandes proprietários de terra em conluio com a polícia e o poder judiciário para enfraquecer e tentar neutralizar a luta pelo território dos Tupinambá. São feitas constantes ameaças e acusações aos indígenas, sobretudo devido à prática de retomada, com a pretensão de tachar o movimento indígena como crime.

Hoje ser um líder de um Povo é ser criminoso. Retomar nosso Território Tradicional visto o Estado não cumprir com seu compromisso virou esbulho possessório, agir coletivamente (marco tradicional de todos os povos indígenas) virou formação de quadrilha e lutar por nossos direitos negados pelo Estado Brasileiro virou exercício arbitrário das próprias razões… somos um povo, um povo guerreiro… temos nossa tradição e nossa forma diferenciada de ser e agir e queremos ser respeitados como tais.

Texto feito na ocasião da prisão da Cacique Jamopoty.

Fonte: http://www.indiosonline.net/cacique-maria-valdelice-presa-injustamente/

 

 

 

Quando fui fazer o checkin no aeroporto de Ilhéus, um grupo de dezenas de defensores do latifúndio veio em minha direção, assoprando apitos e xingando. Depois seguiram para fora do aeroporto. Fiz o checkin e fui tirar umas fotos daquela absurda manifestação contra indígenas, quando um senhor chegou me empurrando e uma moça veio em minha direção dizendo que eu não podia estar ali. A polícia chegou e eu segui para a sala de embarque. Na sala de embarque, ouvi a conversa de duas pessoas (que pareciam ser funcionários do aeroporto) que estavam do lado de fora da sala. Diziam que o cacique Babau é bandido e depois, se referindo a mim, diziam que quando eu chegasse em Porto Seguro, teria que sair pelos fundos e pular o muro, “porque o bicho vai pegar…”, afirmavam. Fiquei tenso. Na sequência veio uma moça da empresa que viajei (TRIP) solicitando meu cartão de embarque, dizendo que precisava conferir algo. Ela olhou meu cartão e saiu… Minutos depois o serviço de som do aeroporto me convocou para ir à sala de operações da Infraero. Eu teria que sair da sala de embarque. Fiquei com medo… Mas decidi não obedecer ao chamado, pensei que pudesse ser uma armação. Logo o avião chegou e sai correndo para o embarque. Agora estou seguro em Porto Seguro, mas passei por uma forte turbulência em plena terra firme.

Depoimento publicado em uma rede social e reproduzido no sítio indiosonline.net.
Fonte: http://www.indiosonline.net/indigena-e-atacado-por-supostos-pequenos-fazendeiros-no-aeroporto-de-ilheus/

 

Em 2011 a ONG Thydêwá, que atua na região em parceria com os indígenas, foi vítima de um processo devido à publicação em meio digital de um vídeo da Retomada de uma fazenda dentro do território Tupinambá. O proprietário de terras entrou com um processo sobre Direito de Imagem contra a ONG e uma indígena. Ele pediu R$ 15.000,00 de indenização alegando que o vídeo publicado fere seu direito de imagem e de seus parentes. Deste processo foi concedida uma liminar favorável ao proprietário de terras, sendo os indígenas obrigados a retirar a matéria do portal que estava publicado o vídeo. O fazendeiro e sua família se dizem “constrangidos, humilhados, e colocados em situação vexatória”. O vídeo retirado do ar tinha como intuito apenas mostrar que a Retomada, por dos indígenas de sua propriedade, foi pacífica e que os antigos donos tiveram a oportunidade de retirar todos os seus bens. Passados dois anos, o processo continua correndo no Juizado especial Cível de Itabuna-Ba.

 

Panfleto pequenos agricultores

Panfleto produzido contra o movimento Tupinambá

 

 

 

 

Algumas Relações

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